Antes de mais nada, o Aizomê Café na Japan House São Paulo, já está entre os meus preferidos da cidade.
Comandado pela premiada chef Telma Shiraishi do Aizomê Restaurante, ele fica num lugar delicioso, junto com a biblioteca e loja de design, no andar térreo da Japan House na Avenida Paulista.
A inspiração vem dos kissaten (clássicas cafeterias japonesas), que começaram a se multiplicar por lá no início do século 20.
Estabelecimentos que abriram o paladar japonês para o café, tanto que eles desenvolveram novas técnicas, bem como, diversos utensílios para a apreciação da bebida.
E, dessa forma, deram origem às novas cafeterias do país com conceitos modernos e arrojados.
Segundo Telma me contou, a vinda dos imigrantes japoneses e seu contato com o café no Brasil, trabalhando em lavouras cafeeiras, foram fundamentais para que no Japão começassem a apreciar a bebida.
Aizomê Café
O café, extraído de várias formas, com diferentes grãos, provém da Fazenda Baú, que possui unidades de produção nos municípios de Patos de Minas, Presidente Olegário e Diamantina, em Minas Gerais. Fundada em 1984 pelo cafeicultor Tomio Fukuda e agora administrada pelo seu filho, Durval Takeo Fukuda.
A fazenda cultiva variedades de grãos especiais como Tozan, Sarchimor, Santa Rosa, Bourbon Amarelo, Bourbon Vermelho, Aranãs, Catucai Açu e Paraíso, que são exportados para marcas famosas do Japão e agora também podem ser apreciados no Aizomê Café da Japan House.
Mas, nem só de bom café vive essa cafeteria especial, há uma deliciosa confeitaria, que segue o conceito yogashi – utiliza técnicas ocidentais para criar doces com ingredientes orientais, que agradem aos japoneses.
Bolo Floresta Verde
O bolo Floresta Verde (génoise de matchá com ganache de chocolate branco e cranberries ao umeshu – o licor de ameixa japonesa) entrou pra minha lista de doces favoritos da cidade.
O Soufflé Cheesecake com calda de frutas vermelhas é outra opção saborosa e super delicada.
Igualmente, é possível pedir Choux Cream de Matchá (massa choux com casquinha crocante e recheio de crème légère com matchá).
Ou então, Brownie de Chocolate intenso, à base de farinha de arroz glutinoso; entre outras possibilidades.
No campo dos salgados, a paixão da chef pelo pão de queijo levou-a a uma nova receita misturando as duas culturas. Nasceu assim os mini Mocheese para homenagear o pãozinho amado pelos brasileiros e que também arrebatou o Japão há algum tempo.
Fruto de muita pesquisa, o pequeno salgado é feito com queijo da Serra da Canastra, polvilho e mochi, trazendo um ingrediente-base da culinária japonesa para compor a receita.
Outra sugestão é o Korokke, croquete no estilo japonês nas versões: recheio cremoso de milho e queijo e carne com batata.
Há ainda o Karepan, que é um pãozinho frito recheado com karê, carne e legumes temperados com curry japonês.
No capítulo dos chás, sugestões como o Genmaicha (blend com “pipoquinhas” de arroz que acrescentam a agradável nota de tostado do cereal ao sabor fresco e herbáceo do chá verde) e o Hojicha, de tom caramelado, com notas adocicadas.
Nihoncha – Introdução ao chá japonês
Falando neles, aproveite sua ida a Japan House SP para visitar a exposição “Nihoncha – Introdução ao chá japonês” em cartaz até abril de 2024. Sempre bom aprender sobre outras culturas!
O chá verde japonês é comumente apresentado como reparador da mente e do corpo. Consumido de forma regular a muitos séculos, possui até um belo e complexo ritual, a cerimônia do Chá (Chanoyu).
A exposição mostra o cultivo em diversas regiões, instalação botânica com plantas Camellia Sinensis e nove tipos de chá verde (folhas processadas e líquido resultante).
Bem como, o processamento primário das folhas (arancha), o processamento secundário (shiage), objetos utilizados no preparo da bebida e a forma certa de prepará-la.
Enfim, construíram uma casa de chá contemporânea utilizando materiais de descarte e tecnologia aliada a técnicas tradicionais de encaixe de madeira.
A Japan House São Paulo fica na Avenida Paulista,52. Mais informações acesse o site ou instagram.
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