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Filé ou Bife à Parmegiana é daqueles pratos que quase não encontramos mais por aí. Aliás, muitos pratos que eram cotidianos naqueles cardápios de couro preto com folhas brancas impressas recobertas por plástico e costuradas, estão cada vez mais raros. Cortar a carne com colher para servir, hoje é praticamente um luxo. Um luxo que você encontra, geralmente, em algumas casas muitos antigas, periféricas e com garçons trajando calça preta, camisa branca e gravata borboleta.
A Era da Gastronomia, recheada do povo que critica excessos: de recheios, de molhos, de temperos; que detesta os gratinados e abomina a abundância -como se ela por si só já fosse um erro- relegou esses pratos a uma categoria menos nobre. Bem longe da gastronomia correta! Aliás, comida correta prá mim é uma coisa estranha, uma vez que alimento é um ser inanimado que não tem o dom de se desvirtuar. Nunca vi um pedaço de carne preso por ter andado fora da linha. E nem mesmo um feijão com antecedentes criminais.
Ainda bem que basta pegar o carro e dirigir alguns km da cidade de São Paulo, para encontrar-se com um tempo onde alimentar era um verbo diferente. E assim cheguei ao Botequim da Estação, um restaurante que fica exatamente na plataforma da Estação da cidade de Jaguariúna. Sim, lá você come enquanto o passado, em forma de Maria Fumaça, chega e sai, apitando em horários combinados. E nos encontros e despedidas dessa estação, onde quem parte dentro de 1h30 ou 3h30 chegará (de acordo com o trajeto escolhido); é possível apreciar a paisagem e sentir um outro sabor. E não é sabor de nostalgia, é de um molho de tomate gostoso, de um imenso filé que se desmancha ao toque da colher e de uma mussarela saborosa e encorpada que puxa, puxa, puxa, sem medo de se espalhar em fio pela mesa de madeira gasta e nem de se abrigar no queixo do glutão feliz.
E o preço é totalmente digesto, a porção para 2 dá até para 4 pessoas.
Aproveitando, o Botequim da Estação, uma composição do Milton Nascimento que emociona porque fala das pessoas que passam, que vem e que vão. É a vida!
Encontros e Despedidas
Composição: Milton Nascimento e F. Brant
Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida
(fonte: https://letras.terra.com.br/maria-rita/73647/)
>O centro de São Paulo (e Santos) tem muitos desses restaurantes ainda, com ambientes e pratos de primeira qualidade e onde os garçons te chamam pelo nome. Posso sugerir o Itamaraty e o da Sogra (nas imediações do Largo São Francisco), o Maria Paula (na rua de mesmo nome) e o famoso Bar Brahma, na Ipiranga X São João.
>Obrigado pelas dicas Fabi!
Bom que tenha registrado nos comentários, assim todos que passarem por aqui terão acesso.
>Olá.
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