Viajei para Punta del Este (Uruguai) à convite do Conrad Hotel. Além de conhecer o hotel, cassino e toda a gastronomia do Conrad Punta del Este Resort & Casino, que você lerá em outros posts; tive a oportunidade de visitar lugares bem bacanas dessa região encantadora do Uruguai. Pois aí vão algumas Dicas Gourmets de Punta del Este: Alto de La Ballena – Bodega Y Viñedos; Finca Babieca; Quesos Nonno Antonio, Casapueblo e L’Auberge.
Alto de La Ballena – Bodega Y Viñedos
Grande surpresa da viagem, encontrar uma vinícola que produz vinhos surpreendentes em Punta del Este. O casal Paula Pivel e Alvaro Lorenzo, além da simpática recepção, produz vinhos em pouca quantidade e extrema qualidade como é o caso de seus: Cabernet Franc Reserva (provei o 2008 – se você ainda não provou um vinho com a uva Cabernet Franc, vale à pena conhecer), Tannat – Viognier Reserva (provei o 2010 – aqui a agressividade da uva Tannat foi muito bem suavizada pela delicadeza da uva Viognier – frutas vermelhas, vinho encorpado – harmonizando com flores, muito equilíbrio ), Merlot Reserva (provei o 2006 – esse em uma prova mundial de Merlot se sairia muito bem) e o Cetus Syrah 2010 – que traz no rótulo o olho de uma baleia, representando a região de Punta Ballena, passa por 18 meses em barricas novas de carvalho francês e é daqueles vinhos inesquecíveis, preciosos).
Vale a visita pelos bons vinhos (que podem ser comprados por lá com preços que variam de R$50 a R$100 – só que precisa ser em dinheiro – vale pesos uruguaios, reais e dólares) e também pela linda paisagem.
Os vinhos são importados para o Brasil pela La Charbonnade .
É preciso agendar a visita – veja no site Alto de La Ballena – Bodega Y Viñedos
Um cenário incrível! A Finca Babieca fica na Ruta del Olivo na Sierra de Los Caracoles, Maldonado, próxima a Punta del Este. Uma paisagem de oliveiras, onde produtores artesanais preparam seu azeite com foco na pequena quantidade e maior qualidade, a fim de competirem no mercado sem disputar com marcas de volume.
Victor González levou a um passeio pela sua Finca Babieca , quer dizer, antes nós degustamos seus azeites, servidos copinhos; provamos uma saborosa Paella e depois que fomos andar (porque ninguém é de ferro e tínhamos acabado de provar os vinhos da Alto de La Ballena ).
Bem abastecidos, andamos pelo campo de azeitonas, aprendendo que umas são verdes e outras negras, apenas pela exposição ao sol.Todas seguem juntas para a prensagem e tem sabor similar. Outra dica é que, durante a colheita, as azeitonas não podem tocar no solo, para não serem contaminadas pelos organismos que vivem na terra. Bom lembrar também que não são os tipos de azeitonas que comemos em casa, seu sabor para provar direto do pé é amargo.
Imediatamente após colhidas as azeitonas precisam ser prensadas e já se transformarem em azeite. Quanto mais rápido, menor a oxidação e maior a qualidade do azeite. Então vale a dica: ao contrário de alguns vinhos que a idade pode ajudar a melhorarem, os azeites precisam ser consumidos o mais rápido possível, o que vale neles é o frescor. A temperatura de extração do suco das olivas tem de ser sempre menor que 28 graus Celsius, é a chamada extração à frio, que traz mais qualidade ao azeite. Temperatura de extração que é um dos requisitos para que seja considerado extravirgem.
Na Finca Babieca são produzidos azeites varietais (feitos com um só tipo de azeitona) e também blends (que misturam mais de um tipo de azeitona). Entre as variedades de oliva plantadas na propriedade estão: Arbequina, Frantoio, Coratina, Leccino, Empeltre e Picual. Um dos grandes e saboros diferenciais da Finca Babieca são os azeites saborizados. Os ingredientes são prensados com a própria azeitona e não colocados depois para aromatizar. Por exemplo, o Alecrim (Romero) vai para a prensa junto com as azeitonas, o mesmo acontece com a casca da Laranja (Naranja), o Gengibre (Jengibre), o Alho (Ajo), o Manjericão (Albahaca) e a Pimenta (Ají picante).
É preciso agendar a visita – veja no site Finca Babieca
Visita obrigatória para os amantes de queijo, essa queijaria comandada por Marisa Carvalho produz queijos artesanais curados ou frescos, a partir de leite de vaca e de cabra. São receitas exclusivas, cheias de personalidade e preparadas há muitos anos pela mestre queijeira da casa. Entre eles, os tipo: Gorgonzola, Reblochon, Quartirolo Lombardo, Cabrales, Mascarpone, Petit Suisse. Falando em Mascarpone, rola por lá um Tiramissù que também merece ser provado!
Você pode passar na Nonno Antonio apenas para experimentar e comprar queijos ou agendar uma degustação de tábua de queijos e vinhos no próprio local. Se for visitar num sábado à noite, capaz que se depare com show de música ao vivo.
É recomendável agendar a visita – veja no site Quesos Nonno Antonio
Um lugar único no mundo,obra do artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, morto em 2014. Lá funciona um hotel e, ao seu lado, o museu Taller, com obras de Vilaró tanto em exposição quanto à venda. Há ainda um charmoso café que fica na parte mais alta do museu e tem vista deslumbrante para o mar.
A Casapueblo foi construída pelo artista durante anos e se tranformou numa escultura gigantesca a céu aberto. O conjunto arquitetônico debruça-se pelo penhasco em direção ao mar e numa tomada aérea é possível perceber que o desenho final da construção lembra o mapa do Brasil. O pôr do sol é emocionante e fica ainda mais mágico, quando escutamos a linda poesia dedicada ao Astro Rei, que Vilaró gravou e é tocada, todos os dias, enquanto o sol parece mergulhar no oceano.
A casa de chá (ou Salón de Té para os uruguaios) L´Auberge faz parte, embora seja independente, do luxuoso hotel de mesmo nome. Um lugar encantador onde é possível provar uma boa variedade de chás e, melhor de tudo, os waffles que fizeram e ainda fazem a fama da casa. Tudo regado a doce de leite, chocolate, ou o que mais lhe apetecer. Imperdível!Começa assim
Todas as fotos desse post foram tiradas por mim.
Dicas muito boas e apetitosas. Apenas uma correção, Vilaró faleceu em 2014. Não me recordo a data, mas foi em fevereiro. Adoro o blog. Parabéns!