Sabem aqueles estabelecimentos de antigamente, com altas prateleiras de madeira, cheias de produtos com cara de feitos em casa por uma senhorinha do interior, cozinheira de mão cheia; onde é possível até provar um pedacinho de queijo antes de decidir o que comprar? Então, assim é a mercearia Mestre Queijeiro, um resgate do passado; do atendimento personalizado, que conhece e sabe explicar a história de cada produto e produtor; da confiabilidade dos ingredientes vendidos.
Mas claro que existem muitas diferenças com relação ao passado. Agora, por exemplo, a queijaria artesanal brasileira está num outro patamar de criação animal e qualidade do produto.
Aprendemos muito com a queijaria mundial, com vários Maître Fromager (Mestre Queijeiro) de todo o mundo (especialmente da França, porque por lá, só pra se ter uma ideia, podemos comer durante ao menos 365 dias (1 ano), um queijo por dia, sem repetir nenhum) a cuidar melhor do leite e transformá-lo em queijos tão saborosos quanto diferentes entre si.
degustação de queijos que fiz com o Bruno
Foi-se a época de comprar queijos, onde o sabor de tudo o que você provava era igual ou muito parecido um com o outro, mais do que a pasteurização do leite, foi-se a época da pasteurização do sabor.
Só para se ter uma ideia na mercearia Mestre Queijeiro são quase 40 tipos de queijos artesanais feitos a partir de leites de vaca, cabra, ovelha e búfala; cerca de 15 produtores de Estados como: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará e Paraíba; por enquanto.
vale provar: Azul do Bosque – família dos queijos azuis, feito com leite de cabra 40 dias de maturação – suave, untuoso, cremoso- grande trabalho da Capril do Bosque, que fica em Joanópolis (interior de São Paulo)
Conheci o Bruno Cabral (Mestre Queijeiro) há um bom tempo, em um debate sobre produção artesanal de alimentos e bebidas no Brasil e todas as dificuldades que a nossa pátria amada, estabelece para que as coisas evoluam: burocracia, burrocracia, leis ultrapassadas, impostos, ih são tantas coisas a serem enfrentadas!
Admirei-o, desde o início, por sua luta ao lado do produtor de queijos artesanais e pelo conhecimento sobre queijos que ele foi adquirindo não só em cursos e eventos no exterior, mas também percorrendo fazendas Brasil afora.
Resultado, foi o primeiro brasileiro convidado para ser jurado e representar o nosso país no World Cheese Awards, o maior evento de queijos do mundo.
De quebra, conseguiu colocar o nosso queijo da Serra da Canastra para concorrer na categoria – Queijo de leite de vaca de meia cura. Leia mais na matéria Serra da Canastra no maior evento de queijos do mundo.
outra saborosa surpresa: especialmente para aqueles que gostam dos queijos que dão aquela pinicada na língua. Queijo minas do Cerro, com 6 meses de cura, do produtor Eduardo Melo. Bem granuloso, boa untuosidade, salgadinho intenso.
E, se estiver curioso como funciona a Classificação dos Queijos , leia sobre nessa outra matéria que escrevi.
Para completar hoje o Bruno exerce seus dotes de Mestre Queijeiro, dentro da Mercearia, possui lá uma câmara de maturação e, utilizando dos controles de umidade e temperatura, mais seus experimentos e testes já produz queijos com sua assinatura como é o caso do: Canastra na Cachaça, Tomme da Canastra (a partir do queijo , utilizando o controle de umidade, o mestre desenvolve uma peça única com as característcas do queijo francês Tomme) e ainda o Serrano do Rio Grande do Sul em vinho de uva Isabel.
Mas na mercearia Mestre Queijeiro não tem só queijos, há também cachaças e cervejas artesanais de todo o Brasil, outros produtos que evoluíram a olhos largos nos últimos anos.
A cachaça brasileira ganhou status de destilado mundial e as cervejas nacionais colecionam medalhas mundo afora, nos mais diversos estilos. A cachaça não é mais “a marvada” e nem a cerveja “a loura gelada”.
Há ainda manteiga, embutidos diversos como os da Pirineus, linguiças da Real Bragança, carne curada de pato e patê da Chez Pierre, pimentas diversas, azeites, óleo de pequi (tem também conserva de pequi), azeite de dendê, de gergilim, de linhaça, molhos, conservas, doces em lata, geleias, doce de leite (como o de búfala da Ilha do Marajó), enfim muitos produtos com característica artesanal, pegada orgânica e biodinâmica.
Algumas opções de vinhos importados também se encontram por lá e aí que começo a contar uma grande novidade!
Novidade – Mercearia Mestre Queijeiro – agora vai servir porções de tudo que é vendido por lá!
essa racleteira funciona assim, o queijo fica espetado na parte debaixo, em cima liga uma resistência que vai dando-lhe uma derretida e gratinada, aí você puxa a manivela para fora do aparelho e deita o queijo para escorrer no seu pão ou prato. Afe! Babei!
Conversando com o Bruno Cabral -que além de mestre queijeiro é também chef de cozinha, já comandou a taberna basca Donóstia (Pinheiros – SP), da qual os donos são também agora seus sócios- ele me contou que, a Mercearia vai também servir porções de tudo o que tem lá pra vender.
Tábuas de queijos, embutidos, lanches frios e quentes. Tudo acompanhado de cerveja, vinho, cachaça ou que estiver por lá e o cliente desejar beber. Para completar vai fazer também raclete.
Imagina você sentado com a visão do queijo derretendo na sua frente, pronto para escorrer para o seu pão fresco, feito de fermentação natural.
Finalizando a refeição aquela goiabada cascão acompanhada de queijo, ou outro doce caseiro que preferir.
Enfim, um lugar com vocação para petiscar. A mesa é coletiva para 10 pessoas e eles aceitarão reservas para grupos.
suporte para a cura caseira do queijo
Aqui vai o serviço da casa, mas é sempre bom checar antes de sair de casa
Mercearia Mestre Queijeiro – fone: (011) 2369-1087