Estive no Octavio Café para conhecer um projeto muito interessante chamado Projeto Origens. A proposta é trazer cafés especiais de diferentes nacionalidades. Nessa edição (fevereiro/2015) vieram cafés da Nicarágua, Costa Rica, Etiópia, El Salvador e três do Quênia (Mbeguka, Ngaita e Kunga Maitu).
A legislação brasileira não permite a importação de grãos verdes de café para serem torrados aqui; só é permitido importar o grão já torrado. Como a partir da torra, o café começa a perder propriedades, é sempre uma corrida contra o tempo, especialmente porque o desembaraço de importações no Brasil, é um tanto embaraçado.
A solução do Octavio Café foi fazer uma parceria com uma torrefadora americana. Lá eles encomendam as torras de grãos de diversos países do mundo. Os cafés depois seguem para o Brasil de avião e aí dá-lhe alfândega até chegar à xícara.
Nessa leva vieram 90kg, somados todos os cafés, ou seja, o tempo para experimentar é super curto. As opções são a xícara (a partir de R$13) e pacotes de 250g (R$70). Eu ficaria com a xícara, já que vou provar algo único e caro, melhor que seja preparado por especialistas no assunto.
Detalhe importante: vejam as cores do café nas taças de vinho. Café não é preto e nem marron escuro (quando é assim é porque queimaram o grão demais e juntaram um monte de porcarias na torra). Café vai desse água de batata até um marron médio.
Não vou aqui fazer uma análise sensorial de cada café que provei, posso dizer que todos tem uma deliciosa intensidade aromática; doçura natural, que dispensa açúcar e acidez equilibrada, que não corrói sistemas digestivos.
Nessa degustação no Octavio Café todos os cafés foram preparados na French Press (abaixo foto da French Press que eu uso aqui no QG do Cuecas na Cozinha). De todos os que provei gostei mais do Kurumi da Etiópia (floral e frutado especialmente damasco – delicioso) e todos os Quenianos são os mais complexos em aromas e sabores (preferi o Ngaita com acidez bem equilibrada e final doce ).
Aproveitando a matéria, conheci um novo método de extração de café, que acaba de chegar no Octávio Café , importado do Japão. É o Gold Filter, isso mesmo, é um filtro feito com ouro, claro que não é o ouro mais precioso, mas é ouro. Ele dispensa coador, e é feito assim porque o ouro é um material que não retém aromas e sabores.
site do Octavio Café