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Participei de uma degustação e harmonização do Rum Zacapa, que é produzido na Guatemala e acaba de chegar ao Brasil importado pela Diageo, nas versões super Premium (Zacapa 23) e ultra Premium (Zacapa XO). O almoço sublime servido pela chef Helena Rizzo (Maní restaurante e Manioca eventos), aconteceu na bela Casa Panamericana e contou com a participação de Lorena Vásquez, responsável pela produção dos Zacapa , que iniciou sua carreira no segmento de rum na Guatemala há 24 anos e hoje é uma das poucas mulheres do mundo a ter o título de Master Blender.
Lorena Vásquez e eu (em foto tirada pela Tatu)
O que eu posso dizer? Poderia viver muito bem tomando esses dois blends de rum pelo resto da minha vida! Mas como avaliar o que é Premium, super Premium e ultra Premium? Acho que hoje, Lorena Vásquez me fez entender melhor com sua ótima explanação. O aromático, saboroso e complexo blend que toma a nossa boca e fica na memória é o resultado de uma história tão complexa quanto à da bebida. Uma história que começa no cultivo da matéria-prima, segue pela seleção dos melhores ingredientes, continua com os vários processos de preparo que demandam tempo e cuidado constantes, chegam ao blend considerado ideal e ultrapassam essa barreira atingindo também a forma de apresentar a bebida e de serví-la para tirar o seu melhor proveito.
Como um produto chega às mais altas categorias
O clima e o solo fértil vulcânico da Guatemala, tornam o país um dos mais apropriados para o cultivo da cana-de-açúcar.
A cana colhida é pesada e analisada para se determinar sua qualidade com base no conteúdo de sacarose, nas fibras e nos níveis de impureza.
As canas selecionadas são lavadas, cortadas e prensadas.
mel virgem da cana
O caldo obtido na moagem é filtrado e depois aquecido para que a água evapore. Obtém-se assim o mel virgem da cana-de-açúcar.
E é sobre esse mel virgem (e não sobre outros subprodutos da cana de açúcar como o melaço, que é normalmente utilizado para produzir rum) é que são aplicadas as leveduras que transformarão o açúcar em álcool, gerando os primeiros aromas e sabores da bebida. Ocorre então a fermentação, que dura cerca de 120 horas e depois começa a destilação que é feita em colunas com conexões de cobre.
Mas a história do Rum Zacapa está apenas começando. Depois desse processo é hora de levar o rum para envelhecer na “casa acima das nuvens”. Um lugar que está a 2.300 m do nível do mar e tem temperatura média é de 16,7 graus Celsius. O motivo é simples, o rum precisa envelhecer lentamente para desenvolver seu sabor intenso e complexo, a altitude com temperaturas mais baixas propicia isso.
Mas não pensem que o rum vai ficar lá anos e anos envelhecendo num único barril, não! Ele troca de lugar passando por vários barris e é adicionado com runs mais envelhecidos.
O blend super Premium Zacapa 23, passa por barris que já contiveram bourbons e os vinhos de Jerez e Pedro Ximenez, ganhando a complexidade dos aromas e sabores dessas bebidas. Depois descansa em barris de carvalho americano branco torrado à um alto grau para transmitir mais sabor da madeira antes do envase. Durante esse processo de troca de barris, ganha o acréscimo de runs com idade entre 6 e 23 anos.
O blend ultra Premium Zacapa XO, passa pelos barris de bourbons, vinhos de Jerez e Pedro Ximenez e por fim barris de conhaque. Durante o processo ganha acréscimo de de runs com idades entre 6 e 25 anos.
petate sendo tecido (foto de divulgação)
Complementando a qualidade final dos blends, as embalagens selecionadas ganham um toque do artesanato local. Cada garrafa de rum Zacapa é decorada com uma faixa artesanal chamada de petate, feita com o entrelaçamento de folhas secas de palmeira. Na Guatemala, o uso dessa trama data do ano de 1400 A.C., durante o período pré-clássico Maia.
Na visão Maia, o petate simboliza a unidade de tudo, assim como o ato de tecê-lo simboliza a união entre o céu e a terra, o sol e a lua. Inicialmente feito para servir de capacho para os reis maias, as tecelãs acreditavam que sentar sobre um petate mudava toda a sua visão do mundo e fazia com que as pessoas olhassem para a vida com humildade, para ver as coisas como verdadeiramente são.
E foi pensando na simbologia do Petate, que degustei esses runs fantásticos acompanhados da delicada refeição servida pela chef Helena Rizzo. Uma sublime união entre o céu e a terra.
Tartar de Vieiras
com leite de amendoim aerado e caramelo de cardamomo
Harmonizado com Zacapa 23
Magret de Pato
com peras ao rum e baunilha
Harmonizado com Zacapa 23
Manjar Branco com Abacaxi
com sorvete de chocolate branco ao rum
Harmonizado com Zacapa XO
Obs: todas as fotos desse post foram tiradas por mim, exceto as que foram devidamente descriminadas
>Que maravilha!!!!! Rum é bebida dis deuses! De todas, é a minha bebida perfumada favorita. A vida toda usei rum da melhor qualidade pra fazer drinks E colocar em meus doces. Parabéns Ale, o post está lindo!
Beijos
>Obrigado Lena. Esse rum vc tem que provar. É realmente uma bebida excepcional, assim como seus doces.
bjs
Ale
>Nada se compara a um bom rum, que serve para imensos pratos.
Que bem na foto :))